O enredo é envolvente, já foi tema de teatro, novelas, filmes e até serviu de inspiração para Villa Lobos compor o Lundú da Marquesa de Santos.
Um imperador conquistador, uma esposa culta e apaixonada e Domitila de Castro Canto e Melo, uma jovem sedutora e determinada. Um triângulo que marcou o Brasil na época da Independência.
Os brasileiros amavam Leopoldina, a esposa austríaca, intelectual e dedicada. E odiavam Domitila, de temperamento forte, poderosa e influente entre os políticos da época. Pedro I escandalizou o País ao assumir o romance com Domitila e enchê-la de mimos, enquanto a imperatriz era constantemente humilhada.
O tempo passava, os filhos nasciam e Titília, como carinhosamente o Imperador a chamava, Domitila recebia mais prestígio de D. Pedro I, até ganhar um título que chamou a atenção de toda a cúpula da alta sociedade da época: Marquesa de Santos.
O povo ficou boquiaberto diante da ousadia.
Segundo historiadores, Domitila nunca teve um vínculo sequer com a cidade de Santos. Mas certamente se o título tivesse sido criado para irritar os irmãos Andradas, que eram de Santos, que amavam Leopoldina e odiavam Domitila, e não limitavam desaforos para a predileta de D. Pedro I.
O Imperador do Brasil era, de fato, um homem extremamente galanteador. Teve centenas de amantes e de filhos. Até mesmo a irmã de Domitila entrou na lista de suas conquistas.
A história desse triângulo da época da Independência do Brasil teve um final nem um pouco feliz para a imperatriz Leopoldina. Amada pelo povo, morreu de infelicidade após um parto.
Quanto à Domitila, viveu o romance imperial até quando D. Pedro se cansou. Viveram sete anos juntos. A Marquesa de Santos, que era paulista, voltou para São Paulo onde se casou com o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar com quem teve mais filhos.
Quem quiser visitar um dos cenários do romance do D. Pedro I com Domitila basta ir até o Solar da Marquesa, construção histórica, feita à base de taipa de pilão, construída na segunda metade do século XVIII, no centro da capital paulista.